quarta-feira, 21 de abril de 2010

COMPLEXO RESPIRATÓRIO VIRAL FELINO


Essa doença é responsável principalmente por sinais respiratórios nos felinos, sendo designada por este nome por ser provocada por mais de um agente causador, e também, porque os sinais clínicos causados por cada um destes agentes se confundem, se tornando indistinguíveis. Além disso, freqüentemente ocorrem infecções bacterianas oportunistas que se somam aos demais sinais clínicos, agravando o quadro.

O Complexo Respiratório Viral Felino foi por muito tempo chamado de Rinotraqueíte Viral Felina, no entanto, este nome designa a doença causada somente pelo vírus denominado Herpesvírus felino tipo-1. Porém, o termo “Complexo” é mais adequado, já que o vírus denominado Calicivírus felino, responsável pela Calicivirose, também está incluído como causador desta doença respiratória.

O Herpesvírus é responsável por sinais clínicos como febre, espirros, tosse, secreção nasal e ocular, salivação, perda de apetite, lacrimejamento, aborto e raramente estomatite. É importante lembrar que alguns sinais clínicos, como as afecções oculares, podem ocorrer sem que haja qualquer sinal respiratório.

Já o Calicivírus é responsável por sinais clínicos como febre, perda de apetite, ulceras na língua e no palato (céu-da-boca), gengivite, espirros, rinite, pneumonia, conjuntivite, secreção nasal e ocular e dor articular e muscular. Sendo que, nem todos estes sinais podem estar presentes num mesmo gato doente.

O Complexo Respiratório viral felino ainda pode ser agravado por bactérias oportunistas, como por exemplo, Chlamydia psittaci, responsável por quadros oculares e, algumas raras vezes, quadros respiratórios.

Tanto o Herpesvírus quanto o Calicivírus estão presentes no mundo inteiro e não escolhem raça, idade ou sexo dos felinos acometidos. A doença é extremamente contagiosa entre os gatos, sendo mais perigosa para os filhotes e para os imunossuprimidos, podendo causar a morte destes animais.

A doença pode ser transmitida através dos espirros dos gatos contaminados (o contágio pelo espirro pode ocorrer até a 1,5 m de distância entre os gatos), do contato com objetos do felino doente (pote de água e comida, caminha, lençol, etc...), das mãos contaminadas com o gato doente e que depois entram em contato com o gato saudável, da mãe com o filhote (placenta, higienização dos filhotes).

O período de incubação do Herpesvírus é de aproximadamente 2 a 17 dias e o do Calicivírus é de 2 a 10 dias. Portanto, uma quarentena de no mínimo 20 dias para esta doença, é exigida para gatos recém-adotados.


Cerca de 80% dos gatos com Herpesvírus se torna portador da doença (abriga o vírus para sempre), expelindo o vírus e apresentando sinais clínicos da doença sempre que é submetido a estresse (viagem do proprietário, mudança, hospedagem, exposição, animal de estimação novo na casa, etc...), a tratamentos imunossupressivos e à diminuição da imunidade. Já o portador crônico do Calicivírus dissemina o vírus de forma contínua e não precisa de um fator como o estresse para essa disseminação. Nem o Calicivírus nem o Herpesvírus são infectantes para o homem ou o cão, mas a Clamidiose (infecção secundária) é sim uma zoonose.

O Complexo Respiratório Viral Felino é mais difícil de ser tratado quando se torna uma doença crônica.

Formas de se evitar o contágio da doença entre os gatos do ambiente:

Ø Vacinação: as vacinas existentes no mercado (tríplice e quádrupla felina) muitas vezes não dão proteção imunológica de 100% para o Complexo Respiratório Viral Felino, mas impede a forma grave da doença e propicia uma menor eliminação de partículas virais. Depois das 2 primeiras doses de vacina intervaladas de 1 mês, as outras doses são feitas com intervalos anuais (todos os gatos adultos).

Ø Quarentena: ao adotar um novo gato, deve-se mantê-lo separado dos outros gatos, por no mínimo 20 dias (a uma distância de pelo menos 1,5 metros). Os gatos que apresentam a doença crônica devem ficar separados definitivamente e não serem utilizados na reprodução.

Ø Limpeza do ambiente: para desinfecção do ambiente, a forma mais eficaz e não irritante para o gato é a utilização de hipoclorito de sódio (cloro) diluído em 1 parte de cloro para 10 partes de água. É importante também que, a pessoa que trata o gato doente, lave muito bem as mãos antes de entrar em contato com gatos saudáveis e seus utensílios

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